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Brasileiros na China constroem um perfil diferente do formado em outros países, diz estudiosa brasileira
2012-11-26 19:15

Beijing, 26 nov (Xinhua) -- As principais imagens que surgem na mente quando se pensa nos brasileiros são a alegria, a festividade e a sensualidade. No entanto, segundo uma estudiosa brasileira em sociologia, em Beijing há uma comunidade de brasileiros que se esforça para fugir deste estereótipo e apresentar um perfil diferente mas real do Brasil para os chineses.

A comunidade brasileira em Beijing apresenta um perfil bem diferente do que se formou em outros países e regiões, como no Japão, Estados Unidos e Europa, disse Carol Porto, doutoranda em sociologia da Universidade Federal da Paraíba, que está na China por meio de um convênio com a Academia Chinesa de Ciências Sociais para desenvolver sua tese cujo tema está relacionado com a comunidade brasileira em Beijing.

Em outros países como os da Europa, o principal evento cultural dos brasileiros é o carnaval, enquanto a comunidade brasileira em Beijing prefere o festival de cinema, indicou Carol Porto, mencionando o recém-concluído 3º Festival Brapeq (Brasileiros em Beijing) de Cinema da China.

Essa diferença, segundo as análises preliminares de Carol Porto, se deve a que os brasileiros em outros países geralmente investem em carreiras ancoradas no estereótipo existente, como exemplo, a alegria, a festividade e a sensualidade. Por ser mais fácil de se adequar a este estereótipo, muitos tendem a trabalhar nos setores ligados ao entretenimento e realizar principalmente o carnaval.

No caso da China, está o fato de que o próprio país tende a recrutar mão de obra mais qualificada, o que implica que os brasileiros vêm trabalhar geralmente em grandes empresas e ocupar altos cargos. Isto faz com que eles não precisem se ancorar neste estereótipo, acrescentou.

Segundo o Censo Demográfico do Brasil de 2010, o mais recente, no total, são cerca de 500 mil brasileiros vivendo fora do Brasil, dos quais, 2.209 estão vivendo na China. Em um contexto mundial de ascensões dos países BRICs, em particular da China e do Brasil, esta pequena parte dos brasileiros na China desempenha um papel de explorador para a promoção dos intercâmbios em todas as áreas dos dois países.

Entretanto, além da dificuldade da língua na comunicação, a diferença cultural, resultado da longa distância entre os dois países, também obstaculiza a comunicação entre as comunidades brasileira e chinesa, portanto, eles estabelecem uma organização dos brasileiros na China em Beijing, principal cidade na qual se juntam os brasileiros na China.

O Brapeq é a principal organização sem fins lucrativos que une os brasileiros que moram em Beijing. Fundado em 2007, o Brapeq tem como objetivo promover a integração da comunidade brasileira em Beijing e divulgar a cultura brasileira por meio de eventos, seminários e palestras.

Os brasileiros são muito abertos e calorosos, além disso, eles também são pruduentes ao realizar os eventos culturais como o festival de cinema e as festas juninas para divulgar a cultura brasileira, e o nosso conhecimento sobre o Brasil não pode ser limitado ao samba, futebol e carnaval, indicou Chen Xu, aluno do quarto ano da Universidade de Comunicações da China que se integrou ao Brapeq em 2010.

O aumento do intercâmbio cultural conduz a uma maior compreensão entre as duas culturas distintas. Esse entendimento, por sua vez, pode facilitar os intercâmbios comerciais e diminuir os mal-entendidos que podem obstaculizar as trocas comerciais, indicou Carol Porto. Fim

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