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China e Brasil atingem 13 acordos de cooperação energética, financeira e tecnológica
2009-05-21 20:19

Beijing, 20 mai (Xinhua) -- O presidente da China, Hu Jintao, reuniu-se ontem à tarde em Beijing com seu colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, em um encontro em que "ambos os líderes atingiram um amplo consenso para impulsionar a parceria estratégica bilateral" e assistiram à assinatura de 13 acordos de cooperação energética, financeira, e tecnológica, segundo um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores da China depois da reunião.

Antes da reunião de uma hora, realizada no Grande Palácio do Povo, no centro da capital chinesa, Hu recebeu o presidente brasileiro com uma saudação militar de 21 canhões na praça Tian'anmen de Beijing, em que ondeavam as bandeiras nacionais de ambos os países.

Durante a reunião, ambos os mandatários decidiram começar a formular o Plano de Ação Conjunta que "estabelecerá nova base para ampliar a cooperação entre 2010-2014".

Hu e Lula presenciaram a cerimônia de assinatura de 13 acordos de cooperação nos setores de petróleo, equipamentos, financiamento, créditos, ciência, espaço, leis, portos, e produtos agrícolas, entre outros.

Na cooperação petrolífera, a Companhia Petroquímica da China (Sinopec) e a Petrobras assinaram um contrato sobre o comércio de petróleo bruto e um memorando de entendimento.

O Banco de Desenvolvimento da China também assinou um acordo para a concessão de um crédito de no valor de US$ 10 bilhões à Petrobras. Além disso, a entidade financeira chinesa concordou com o Banco de Desenvolvimento do Brasil um acordo marco para uma extensão de crédito de US$ 800 milhões.

Durante a reunião, Hu repassou os 35 anos de relações diplomáticas entre a China e o Brasil, em particular desde que ambas as nações criaram a parceria estratégica em 1993.

O presidente do país asiático destacou que as relações bilaterais avançaram durante esses anos, e citou como exemplo os frequentes intercâmbios entre líderes de alto nível.

"Nossa cooperação comercial cresceu de forma constante enquanto o volume do comércio bilateral atingiu o objetivo fixado com três anos de antecedência", destacou Hu.

Entre 2006 e 2008, o volume do comércio entre a China e o Brasil aumentou com uma taxa média de crescimento anual de 50%. Além disso, a China substituiu os Estados Unidos como o principal parceiro comercial do Brasil mês passado.

O Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do país sul-americano informou que o comércio com a China no mês de abril atingiu um valor de US$ 3,2 bilhões, número superior ao volume de US$ 2,8 bilhões correspondente aos intercâmbios comerciais com os Estados Unidos.

Hu propôs que os dois países trabalhem mais estreitamente em áreas tais como infraestrutura, energia, mineração, manufatura e agricultura. Além disso, insistiu em reforçar a cooperação financeira relacionada com as atividades econômicas e comerciais bilaterais.

O presidente chinês propôs também intercâmbios mais estreitos em cultura e entre os dois povos.

Lula concordou com as propostas de Hu, e assinalou que os acordos energéticos oferecerão novas oportunidades para a cooperação de negócios entre os dois países.

No comunicado conjunto divulgado depois da conclusão do encontro entre os dois presidentes, ambas as partes concordaram em realizar o segundo diálogo estratégico na segunda metade deste ano.

O comunicado indica que a cooperação para o desenvolvimento de satélites entre a China e o Brasil é um dos projetos científicos mais bem-sucedidos entre países em desenvolvimento, e ambas as partes se comprometem a impulsionar a cooperação espacial.

Em relação à crise financeira global, o documento sublinha a importância de uma reforma mais profunda do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial para dar uma maior representação aos países em desenvolvimento. Ambas as nações insistem, além disso, que as instituições internacionais ofereçam uma maior assistência aos países em desenvolvimento.

Esta é a segunda visita de Estado do presidente brasileiro à China desde que assumiu a presidência do Brasil no ano 2003.

O mandatário do país sul-americano começou terça-feira a agenda do segundo dia de sua visita oficial à China com a inauguração do Centro de Estudos Brasileiros na Academia de Ciências Sociais da China, o principal centro de pesquisa do país.

"Em 2009, a China se tornou o primeiro parceiro comercial do Brasil. Agora nos enfrentamos o desafio de explorar todo o potencial dos investimentos que cada uma de nossas economias pode oferecer à outra", disse Lula diante de uma audiência integrada por 200 funcionários e acadêmicos.

"Durante minha atual visita a Beijing, renovamos nossa determinação a continuar fortalecendo a parceria entre o Brasil e a China", disse o presidente do país sul-americano.

O mandatário brasileiro também pronunciou terça-feira um discurso em um fórum de negócios centrado na busca de novas oportunidades para ambas as nações, em um encontro que contou com a presença de mais de 200 empresários chineses e brasileiros.

"O presidente Lula pode jogar (o papel) de melhor vendedor de aviões, motores a biocombustível, carne de porco e vitela, assim como outros produtos do Brasil", disse Chen Jiaying, pesquisador do Centro de Estudos de Assuntos Internacionais da Xinhua, com sede em Beijing.

O analista indicou que os dois países poderão explorar mais oportunidades de negócios em projetos de perfuração do subsolo marinho e programas energéticos em diversos países. Fim

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