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Cooperação entre Brasil e China se diversifica cada vez mais, diz embaixador Marcos Caramuru
2017-08-31 01:05

Beijing, 30 ago (Xinhua) -- O embaixador do Brasil na China, Marcos Caramuru, declarou à Xinhua que a cooperação entre os dois países tende a ser cada vez mais diversificada, além de já ser um modelo de relação não só entre os cinco membros do BRICS, mas entre todos os países do mundo.

Essa tendência de diversificação o diplomata comprova com base nos investimentos que a China tem feito em setores como o bancário, financeiro e de serviços, em vez de se limitar às indústrias de energia, infraestrutura, indústria e agricultura.

No entanto, essas últimas continuam o pilar das apostas chinesas no Brasil: em maio, os dois países anunciaram um fundo de investimento de US$ 20 bilhões para obras de infraestrutura. Os chineses vão entrar com US$ 15 bilhões.

Desde 2009, a China é o maior parceiro comercial do Brasil e o maior exportador. Recentemente se tornou o maior importador. No primeiro semestre deste ano, quando pela primeira vez comprou 25% das exportações brasileiras, as trocas bilaterais somaram US$ 40,6 bilhões.

Caramuru aposta na "complementaridade estratégica de ganho mútuo" entre os dois países. Por um lado, o Brasil entra com um grande potencial de desenvolvimento impulsionado por uma população de mais de 200 milhões de pessoas e a nona maior economia do mundo, com um PIB de US$ 1,8 trilhão. Por outro, a China oferece uma série de oportunidades de investimento. "Na verdade, a cooperação beneficiou mais o Brasil, que recebeu muito investimento chinês", ponderou.

O volume do comércio bilateral caiu nos últimos dois anos, o que se deve à crise no Brasil, cuja economia encolheu 3,6% em 2016 e 3,8% em 2015. O investimento da China, no entanto, manteve um rápido crescimento. Como um parceiro estratégico abrangente, o Brasil é o maior destino dos investimentos da China na América Latina.

Atualmente, mais de 200 companhias chinesas apostam no Brasil, com um investimento total de US$ 40 bilhões em petróleo, eletricidade, mineração, manufatura, agricultura, finanças e outras indústrias.

"O papel do investimento chinês no desenvolvimento econômico do Brasil está se tornando cada vez mais importante", disse o diplomata. "A economia brasileira está saindo da crise, e o investimento em infraestrutura é muito importante, e as companhias chinesas estão fazendo grandes contribuições."

A 9ª Cúpula do BRICS que a China sediará de 3 a 5 de setembro será a primeira a ter um significado profundo, segundo Caramuru. Xiamen é uma cidade portuária que "desempenha um papel importante" na cooperação.

Caramuru elogiou os esforços da China para o grande encontro de líderes em Xiamen. "Os preparativos foram impressionantes, com mais de 80 reuniões cobrindo uma série de áreas, o que demonstra plenamente a liderança e a organização da China", afirmou. Ele exaltou alguns dos esforços inovadores da China no trabalho preparatório, como o Festival de Cinema do BRICS, realizado em junho na cidade de Chengdu. O evento não só exibiu 33 filmes dos cinco países como resultou na promessa dos diretores de realizar juntos uma obra por ano nos próximos cinco anos.

A convite do presidente chinês Xi Jinping, o presidente Michel Temer fará uma visita de Estado à China de 31 de agosto a 5 de setembro. Além de ir à Cúpula do BRICS, participará do Diálogo dos Mercados Emergentes e Países em Desenvolvimento.

Temer chega à capital chinesa na quinta-feira. Durante a estada, ele se encontrará com Xi e o primeiro-ministro Li Keqiang e participará do Seminário Empresarial Brasil-China, que reunirá empresários chineses com interesse no Brasil.

Durante a visita, Temer deve assinar acordos em comércio, investimentos e intercâmbios entre pessoas.

O presidente trará consigo os ministros Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Dyogo Oliveira (Planejamento), Maurício Quintella (Transportes), Blairo Maggi (Agricultura), Fernando Coelho Filho (Minas e Energia), Marcos Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços) e Osmar Terra (Desenvolvimento Social e Agrário).

A comitiva também é composta por 11 parlamentares.

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