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De gastronomia a futebol: atividades sem fronteiras promovem intercâmbios bilaterais China-Brasil
2013-05-31 19:50

Beijing, 31 mai (Xinhua) -- Falando do Brasil, a primeira palavra que ocorre aos chineses é "futebol"; quanto à China, sua gastronomia tem fama global. Os dois países, que ficam em lados opostos do planeta, falam diferentes idiomas mas testemunham um desenvolvimento rápido nas relações bilaterais, preferem cada vez mais aumentar os intercâmbios através de gastronomia e futebol, atividades universais sem fronteiras.

"Para a gastronomia brasileira, eu tenho que dizer em relação a nosso povo, a nossa gente, a essa frase de 'você é o que você come', o brasileiro é alegre, é festivo, é colorido, é multicultural, e a nossa gastronomia também é assim", disse Paulo Machado, chef do Instituto Paulo Machado, na quinta-feira no fórum "As Perspectivas da Cooperação Comercial e Desenvolvimento entre Brasil e China" na ocasião da Feira Internacional de Comércio de Serviços de Beijing.

O chef está passando uma temporada de quase dois meses aqui na China, a convite da embaixada do Brasil para realizar o primeiro festival de cozinha brasileira em Beijing e na China. Segundo ele, o festival apresentou produtos muito marcantes de regiões do Brasil. Por exemplo, óleo de dendê. "E a aceitação foi muito bacana porque os chineses, assim como brasileiros, gostam muito de comer, e mais ainda os chineses têm um apreço pelo valor cultural que a sua gastronomia tem. E o brasileiro está começando a aprender isso com outras culturas. Acho que a cultura chinesa pode nos ensinar muito bem a entender melhor o que a gente tem na nossa gastronomia."

Sim, a cultura chinesa valoriza muito a "arte na cozinha". Há mais de dois mil anos atrás, Confúcio da China já dizia "quanto mais finos os cereais forem pilados e a carne for cortada, é melhor". Isso é um pouco parecido como a paixão dos brasileiros pelo futebol. Na opinião de Li Jianhong, comentarista de futebol da Televisão Central da China que conheceu o Brasil em 2006 no período da Copa do Mundo, os dois países precisam se conhecer melhor e o futebol pode ser uma boa plataforma.

"Quando Conca chegou a Guangzhou, no caminho do aeroporto para a cidade, ele olhou com muita atenção a cidade através da janela do carro, e só sentiu-se relaxado quando viu que aqui também tem edifícios altos", Liu compartilhou no fórum uma história sobre o jogador argentino que jogava no Brasil e agora defende o Guangzhou Evergrande da China. Segundo ele, para a maioria dos brasileiros a China é um país que fica longe e é estranho, e eles não conhecem muito sobre o desenvolvimento do país. "O futebol e outros esportes são uma boa forma para se conhecer melhor, assim como uma boa forma de realizar intercâmbios econômicos", disse Liu.

De acordo com o comentarista, na década de 1980 a China começou a enviar jogadores de futebol ao Brasil e atualmente dezenas de adolescentes estão aprendendo futebol no país. No entanto, o país vizinho, o Japão, já teve até mais de 20 mil jovens treinando no Brasil.

Além disso, Liu apontou que o comércio de jogadores é um dos dez pilares do comércio exterior do Brasil, que exporta muitos jogadores de futebol, e "todos os melhores clubes do mundo têm jogadores brasileiros". "O Brasil tem grandes recursos neste setor, o que a indústria de futebol chinesa não pode ignorar, e deve conectar-se mais a isso".

Na opinião de Liu, atualmente entre a China e o Brasil os intercâmbios econômicos e comerciais são mais fortes que em outros setores, como a cultura, mas "este atraso será eliminado em breve". Quanto à Copa do Mundo em 2014, o comentarista, que é bem conhecido na China, recomenda que os chineses assistam os jogos no Brasil. "Mesmo que o país seja muito longe, quando o futebol chegar ao reino do futebol, a atmosfera será única. Por outro lado, o Brasil possui paisagens magníficas, tanto as florestas, as cataratas de Iguaçu, como as praias, assim como uma mistura de culturas, todas valem muito a pena ser conhecidas pelos chineses", disse.

No mesmo fórum, outro palestrante, Bian Chungang, conselheiro da Associação de ex-diplomatas da China, indicou que essas atividades, incluindo futebol, gastronomia, e apresentações de óperas, etc., podem melhorar os intercâmbios culturais entre a China e o Brasil, os quais são uma importante parte dos intercâmbios bilaterais e podem promover o desenvolvimento das relações entre os dois países.

Além do fórum, na feira que acontece de 28 de maio a 1º de junho, foi montado um espaço para mostrar o Brasil, onde são apresentados a indústria aérea, o vinho, e outros setores do país e os visitantes podem experimentar o sabor original do café brasileiro. Fim

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