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Festival de cinema brasileiro mostra um Brasil "diferente" para chineses Festival de cinema brasileiro mostra um Brasil "diferente" para chineses
驻巴西使馆
2011-11-21 19:15

Beijing, 18 nov (Xinhua) -- Para muitos chineses, falando sobre o Brasil, coisas mais mencionadas são o futebol, samba, carnaval e favela, que foram mostrados frequentemente em filmes populares na China nos últimos anos, incluindo "Rio", "Fast Five" e "Cidade de Deus".

"O Brasil é muito mais", disse a curadora do festival, Anamaria Boschi, acrescentando que seu objetivo é mostrar ao público chinês um Brasil "diferente", além dos elementos usados repetidamente. Por isso, ela escolheu somente um filme sobre favela para ser exibido durante o festival.

Sete longa-metragens e três curtas serão exibidos no evento, entre eles "É Proibido Fumar", "Família Braz: Dois Tempos" e "Reflexões de um Liquidificador", cujo diretor André Klotzel também veio à China para conversar com o público.

O festival abriu na quinta-feira passada com o filme "Reflexões de um Liquidificador". O público, que lotou a sala, era formado por chineses e estrangeiros. "Fiquei muito impressionado com o filme, é um Brasil bem diferente do que eu conhecia", afirmou um espectador chinês.

Durante a entrevista com correspondentes da Xinhua, o diretor André Klotzel disse ter ficado surpreso com o que viu na China. "É muito diferente do que se vê nos filmes sobre a China", afimrou. Segundo ele, filmes chineses são raros no Brasil e geralmente retratam uma China antiga ou artes marciais, que não refletem uma China completa e real.

Sun Lidong, chinês que tem experiência de trabalho no Brasil, também assistiu ao filme. Para ele, o intercâmbio cultural não tem acompanhado o rápido desenvolvimento das relações políticas e comerciais entre a China e o Brasil.

"A pauta de filmes mostra os esforços da parte brasileira, cada filme tem sua própria característica, com histórias em cidades diferentes que refletem a atualidade do Brasil", disse.

Klotzel também manifestou preocupação com o efeito da globalização atual, que elimina em alguns casos as características culturais. "Não quero ver isso", destacou ele, sublinhando que seu trabalho é consolidar e proteger as características da cultura e da sociedade brasileiras.

A diretora chinesa Liu Jiayin, que integra o júri profissional, espera ver mais filmes brasileiros diferentes dos tradicionais 'block busters'. Antes do festival, o Brasil para ela também se limitava às cenas de "Cidade de Deus".

Vanessa Mastrocessário Silva, produtora executiva do evento, fez uma retrospetiva da primeira edição do festival em 2010. "Fiquei realmente surpresa com a reação do público chinês. Eles vieram perguntar onde podiam ver mais filmes brasileiros... a curiosidade deles me estimulou a fazer a segunda edição".

As próximas iniciativas das organizadoras incluem a terceira edição do festival e também um festival de cinema chinês no Brasil. Fim

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